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Adultos também precisam de vacinas

Além de Covid e gripe, imunização para adultos inclui doses contra hepatite B, febre amarela e tétano

Depois de muito postergar, a engenheira Elizangela Cruz, de 41 anos, tirou um tempinho para atualizar a caderneta de vacinação e se surpreendeu ao saber que estava com quatro imunizantes pendentes: Tríplice Viral, Hepatite B, Febre Amarela e Dupla Adulta – contra Difteria e Tétano.

“Pode parecer brincadeira, mas eu não sabia dessa necessidade”, admite a engenheira. “Só procurei o posto porque uma amiga se feriu em um acidente doméstico e precisou tomar a vacina antitetânica. Acompanhei todo o caso dela e isso despertou minha curiosidade. Foi aí que resolvi procurar saber se eu também estava com essa vacina atrasada e não só estava com a antitetânica em atraso como também com mais três vacinas. Até então, minha única preocupação era com a da Covid e da gripe mesmo.”

A confusão de Elizangela é mais comum do que se imagina, mas, desde 2004, o Ministério da Saúde passou a definir calendários de vacinação e reforço vacinal por ciclos de vida. Além das crianças, houve regulamentação também sobre os imunizantes recomendados para os adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Para o público adulto, a recomendação é a vacinação ou reforço contra a Hepatite B, Febre Amarela, Tríplice Viral e Dupla Adulto. Para a maioria dos imunizantes destinados a quem tem entre 20 e 59 anos, porém, a necessidade de vacinação vai depender do esquema vacinal feito durante a infância. Ou seja, uma criança que recebeu todas as vacinas indicadas para os primeiros anos de vida terá de tomar, na vida adulta, apenas o reforço dos imunizantes já aplicados anteriormente, como explica a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

“A vacinação é importante para crianças, adolescentes, adultos e idosos, com atenção também para as gestantes, uma vez que a imunização protege contra doenças que podem ser letais ou incapacitantes”, afirma. “As vacinas para adultos, de maneira semelhante ao que ocorre na adolescência, constituem-se em reforço de doses vacinais que foram aplicadas anteriormente, evitando-se a exposição a doenças. Exemplos são os reforços das vacinas Tríplice Viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola; febre amarela e da gripe.”

Pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e sanitarista na Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Ramon Saavedra explica que o Governo da Bahia realiza diversas ações para conscientizar a população e acabar com a falsa sensação que alguns adultos têm de que

“As vacinas têm contribuído decisivamente para o controle, a eliminação e a erradicação de diversas doenças imunopreveníveis, como vríola, poliomielite, sarampo, coqueluche, tétano, meningite, hepatite, dentre outras”, avalia. “Manter todas as vacinas em dia em todas as fases da vida é fundamental para o controle de doenças endêmicas, que podem retornar de tempos em tempos, como os casos mais recentes de sarampo e febre amarela.”não precisam prosseguir com o esquema vacinal.

Histórico

Apesar de a baixa procura de adultos pela regularização do calendário vacinal ser uma realidade, segundo o pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva da Ufba, mensurar as coberturas vacinais na população adulta é mais complexo. “É preciso resgatar o histórico vacinal do indivíduo, que muitas vezes não está atualizado nos sistemas de informação disponíveis”, explica.

Dados da Sesab mostram que, nos últimos cinco anos, mais de 2,6 milhões de doses de vacinas foram aplicadas no público de 20 a 59 anos no Estado. Destas, mais de 1,3 milhão foram do imunizante Tríplice Viral, que combate o sarampo, caxumba, rubéola, seguido por mais 709 mil doses de vacina contra a febre amarela e outras 650 mil doses do imunizante que combate a hepatite B. Cabe às Unidades Básicas de Saúde, sob gestão municipal, disponibilizar as imunizações preconizadas pelo Ministério da Saúde. “Na vida adulta, a vacinação é tão importante quanto na infância, pois evita complicações de doenças como gripes, pneumonias, além de comorbidades como doenças cardiovasculares, pulmonares, neurológicas, entre outras”, explica o sanitarista. “É fundamental que a população adulta faça o acompanhamento periódico de sua caderneta de vacinação, a fim de evitar que alguma dose fique de fora.”Para a diretora da Fiocruz Bahia, a pandemia da Covid-19 deixou como mensagem o valor da ciência e da vacina no combate a doenças graves. “Ficou também mais evidente a necessidade de se combater os movimentos antivacinas, a desinformação e o negacionismo, de maneira que possamos retornar aos índices de cobertura vacinal que sempre foram objeto de sucesso no País”, afirma.

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